Li e gostei DEMAIS do post do meu amigo Aguiar do blog Força Azurra e não poderia deixar passar.
O circo está armado... E a vida segue!
Os bichos-cricri da famosa Granja Comigo Boi Não Dança, mais conhecida pelas iniciais CBN-D, a Raposa Felpuda, maledicente e ardilosa, o Sapo Duende, encrenqueiro e eterno inconformado, o Bode Espanhol, velho, muito velho e carcomido, o Ratão do Banhado, que não deu certo em lugar algum e acabou dando na Granja e o Morcego Moicano, que posa de intelectual pra fazer gênero, encarangavam de frio e se divertiam vendo os patos, gansos e outros bichos que voltavam de férias passadas nas cidades portenhas, mortos de cansados de tanto não fazer nada.
- Esses aí só fazem firula! – largou de imediato o Sapo Duende, com os pés enfiados numa bota de cano alto branca, para diminuir o frio.
Nisso, surgiu o Papagaio Van Tuiter, todo lépido e fagueiro, esbaforido, para lhes contar mais uma novidade.
- Ora, quem é vivo sempre aparece. – comentou a Raposa Felpuda, arrumando o cachecol. – O que te traz aqui, nobre psitacídeo?
- Rapazes, sempre é bom reencontrá-los. – disse, arfando, o Papagaio. – Mas vocês não sabem da maior. O pau do picadeiro do Circo do Deba está desabando.
- O quê? – admirou-se o Sapo. – Mas era um pau tão consistente.
- O que houve, Van Tuiter? – quis saber o Bode Espanhol. – Lá na Espanha, o pau do picadeiro dos circos é sempre duro e nunca desaba. Os circos da Espanha são os melhores.
- Ressalto que qualquer afirmação requer uma olhada in loco. – arrematou o Morcego Moicano, com o sobretudo tapando-lhe uma asa.
- Então vamos lá pra ver. – combinou o Ratão. – Não é uma má idéia. Você sempre tem boas idéias, meu caro Morcego.
E saíram em direção ao Circo do Deba. Ao se aproximarem das imediações do Circo avistaram o Leão sendo acariciado por um garnisé, que lhe puxava a cauda. O Sapo olhou para a Raposa, que se virou para o Papagaio.
- O que é aquilo? – questionou a Raposa.
- Ah, é que o Leão anda meio lesionado, - disse o Papagaio. – Está uma dor nas quatro patas, e o domador do Leão, o Galo Garnisé o está fazendo treinar em separado dos outros bichos. Ele disse que é um novo método de recuperação, treinar longe dos outros para emagrecer um pouco.
Nisso, o Morcego comentou:
- Vocês viram como o pau do picadeiro está tortinho, mesmo?
- Tá torto, sim, rapaz, e bem fora do prumo. – completou o Ratão.
- Será que está caindo? – perguntou, atônita, a Raposa.
- Vai cair! – sacramentou o Sapo.
- Ah, mas só está um pouquinho tortinho. – contemporizou a Raposa.
- Que nada! – afirmou o Sapo. – Vai cair. Tem tudo para cair. Vai cair com vaca, bezerrinho, banquinho, sinetinha e tudo. – espumava-se o Sapo.
- Ah, mas para ti tudo ali é ruim, nada presta. – observou o Bode Espanhol.
- Nessa coisa de circo ninguém me engana, rapaz. – completou o Sapo.
- E como isso aconteceu, Van Tuiter? – perguntou o Ratão.
- Eu estava assistindo ao desfile das escolas de samba do Rio, do Carnaval de 1999 que eu gravei, porque eu gosto, sabe, e ouvi um barulho estranho, um roça-roça. Fui lá fora e vi o menino encostado no pau.
- Que menino? – antecipou-se o Ratão.
- O menino que anda por aí, dizem que é filho do mágico, dá palpite em tudo, quer mandar em tudo, um chato, sabe.
- Mas o que ele estava fazendo dentro do Circo? – admirou-se a Raposa.
- Ninguém sabe direito. – disse o Papagaio. – O pessoal não informa nada. Dizem que anda capturando os filhotes de quero-quero pro pai usar nas suas mágicas. Como o pai não pode fazer, mandou o filho. Mas é só especulação, hein.
- E como é que deixam um menino fazer coisa de adulto? – espantou-se o Bode. – Lá na Espanha os meninos vão brincar de carrinho.
- Pois é, e será que é por isso que o pau do Circo do Deba está caindo? – impacientou-se a Raposa.
- Isso eu não sei, - arrematou o Papagaio. – mas desde que esse menino anda por aí, até o Leão começou a andar de cabeça baixa também
- E o que diz o mágico a respeito disso? – quis saber o Morcego.
- Olha, eu não sei, ele não fala nada e não explica nada. Tá mudo igual a uma porta.
- Tu também não sabes de nada, hein, Van Tuiter!? – arrematou o Bode Espanhol.
- Ah, isso é o planejamento, rapazes. A gente tem que saber aquilo que é importante e dizer aquilo que ninguém entende. Entenderam? – grasnou o Papagaio Van Tuiter, deixando a todos com cara de paisagem. – Ah, e eu tenho aqui uma camisa pra cada um, que o Dono do Circo mandou dar a vocês. Não é do circo, mas tá valendo, né. Afinal, vocês são nossos amigos.
- Rapazes, acabei de receber aqui a informação que o pessoal da Granja do Vizinho foi até a feira e acaba de levar três beterrabas na cabeça. E trouxe um nabo na bolsa, jogado do lado de fora. – informou o Ratão do Banhado, babando de raiva.
- Tereria chance de eles estarem em má fase? – quis saber a Raposa.
- Não, nenhuma. – completou o Sapo Duende. – Lá tudo é perfeito e tudo é maravilhoso. Lá nada dá errado.
- Uma vez deu. – insinuou o Bode.
- Psiu! – fez o Morcego. – Não toca nesses assuntos. Senão o café não sai. Te acalma.
- Falso! – finalizou a Raposa.
2 comentários:
hehehe esse Aguiar! Perfeito!
A casinha que parecia arrumadinha esta começando a desabar.
Cuá-cuá, a patinha e o jacare de papo alvinegro estao a chorar. Hehehe
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