sexta-feira, 20 de maio de 2011

A festa no ceu!


Entre os bichos da floresta, espalhou-se a notícia de que haveria uma festa no Céu.
Porém, só foram convidados os animais que voavam. As aves ficaram animadíssimas com a notícia, começaram a falar da festa por todos os cantos da floresta. Aproveitavam para provocar inveja nos outros animais, que não podiam voar.
Um sapo muito malandro, que vivia no brejo,lá no meio da floresta, ficou com muita vontade de participar do evento. Resolveu que iria de qualquer jeito, e saiu espalhando para todos, que também fora convidado.

Os animais que ouviam o sapo contar vantagem, que também havia sido convidado para a festa no céu, riam dele. Imaginem o sapo, pesadão, não agüentava nem correr, que diria voar até a tal festa!
Durante muitos dias, o pobre sapinho, virou motivo de gozação de toda a floresta.
_ Tira essa idéia da cabeça, amigo sapo. – dizia o esquilo, descendo da árvore.- Bichos como nós, que não voam, não têm chances de aparecer na Festa no Céu.
_ Eu vou sim.- dizia o sapo muito esperançoso. - Ainda não sei como, mas irei. Não é justo fazerem uma festa dessas e excluírem a maioria dos amimais. Depois de muito pensar, o sapo formulou um plano. Horas antes da festa, procurou o urubu. Conversaram muito, e se divertiram com as piadas que o sapo contava.
Já quase de noite, o sapo se despediu do amigo:
_ Bom, meu caro urubu, vou indo para o meu descanso, afinal, mais tarde preciso estar bem disposto e animado para curtir a festa.
_Você vai mesmo, amigo sapo? - perguntou o urubu, meio desconfiado.
_ Claro, não perderia essa festa por nada. - disse o sapo já em retirada.- Até amanhã!
Porém, em vez de sair, o sapo deu uma volta, pulou a janela da casa do urubu e vendo a viola dele em cima da cama, resolveu esconder-se dentro dela.
Chegada a hora da festa,o urubu pegou a sua viola, amarrou-a em seu pescoço e voou em direção ao céu.

Ao chegar ao céu, o urubu deixou sua viola num canto e foi procurar as outras aves. O sapo aproveitou para espiar e, vendo que estava sozinho, deu um pulo e saltou da viola, todo contente.
As aves ficaram muito surpresas ao verem o sapo dançando e pulando no céu. Todos queriam saber como ele havia chegado lá, mas o sapo esquivando-se mudava de conversa e ia se divertir. Estava quase amanhecendo, quando o sapo resolveu que era hora de se preparar para a "carona" com o urubu. Saiu sem que ninguém percebesse, e entrou na viola do urubu, que estava encostada num cantinho do salão. O sol já estava surgindo, quando a festa acabou e os convidados foram voando, cada um para o seu destino.

O urubu pegou a sua viola e voou em direção à floresta.
Voava tranqüilo, quando no meio do caminho sentiu algo se mexer dentro da viola. Espiou dentro do instrumento e avistou o sapo dormindo , todo encolhido, parecia uma bola.
- Ah! Que sapo folgado! Foi assim que você foi à festa no Céu? Sem pedir, sem avisar e ainda me fez de bobo!
E lá do alto, ele virou sua viola até que o sapo despencou direto para o chão. A queda foi impressionante. O sapo caiu em cima das pedras do leito de um rio, e mais impressionante ainda foi que ele não morreu.

Nossa Senhora, viu o que aconteceu e salvou o bichinho. Mas nas suas costas ficou a marca da queda; uma porção de remendos. É por isso que os sapos possuem uns desenhos estranhos nas costas, é uma homenagem de Deus a este sapinho atrevido, mas de bom coração.

(Christiane Angelotti adaptação do conto de Luís da Câmara Cascudo)

O texto acima é para que sirva de reflexão. Obviamente, assim como este sapinho (aliás relembrando o sapinho mencionado pelo Dinho em seu texto da última quarta-feira, na coluna FalaDinho) todos nós queremos participar da festa que é o Brasileirão no sábado, quando será nossa estréia, mas também na quarta-feira, dia 25 quando enfrentaremos o Vasco pela Copa do Brasil. Independente de sermos grandes ou pequenos, se temos ou não asas para voar, o importante é termos garra e determinação.

Somos este sapo atrevido, folgado, mas acima de tudo: DETERMINADO. Não foi a toa que chegamos até aqui na Copa do Brasil. Assim como este sapinho, nós também ouvimos pelos quatro cantos, e vindo dos "ventos fortes", que seríamos eliminados ali na frente. A resposta veio, e mostramos que estamos "surdos aos apelos negativos" - como disse o Dinho.

Nós também podemos participar sim desta "FESTA", pois temos garra, coragem, força e muita criativadade. Nossos guerreiros mostrarão isso em campo amanhã e na quarta-feira. E não se trata de "oba-oba", isso não é do nosso feitio, pois somos conscientes e sabemos que cada jogo é uma batalha e que precisaremos estar muito preparados.

Mas queremos mostrar que somos capazes de estar em lugares até então considerados impossíveis para um time desacreditado até mesmo pela "imprensa" local, que dirá pela imprensa nacional. E não importa que fiquem chateados e revoltados como o urubu da história. Podem nos jogar entre as pedras do mar e nos costões da nossa Ilha.

Não importa o nosso tamanho e nem o que iremos enfrentar. Somos fortes e estamos preparados para as quedas, sejam elas quais forem, pois acima de tudo somos fortes e temos coragem. Somos aqueles nativos da Ilha formosa, onde a lua vem se espelhar e a nossa Senhora do Desterro vem nos amparar, nos protejendo a pedido Deus, pois ele sabe que temos humildade.

Saudações avaianas!!!

4 comentários:

Belíssimo texto! E o teu comentário foi perfeito! É esse o caminho:
Com humildade e respeito aos adversários, mas, com a ousadia do sapinho, unidas a garra e a coragem de um verdadeiro Leão, assim vamos nós, contra o Flamengo, contra o Vasco, contra quem for!

Uuuuuuuurrrrraaaa Leããããããaooo !!!

Carmen, essa historinha é muito boa. A versão que conheço só muda um pouco o final. O sapo, destemido, dizia assim na sua queda: - afasta-te, pedra, afasta-te, senão eu te parto ao meio!
O teu arremate ficou show. Vamo que vamo Leão.

Dinho,

Não gosto de festa do já ganhou, mas temos que valorizar o que temos a nosso favor: garra e determinação.

Saudações Avaiana!!

George,

Não conhecia esta tua versão, mas é ótima e acho que até tem tudo a ver com o momento do LEÃO.

Vamo Vamo Avaí!

Beijos

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